Regressão de Memória - terapia em reuniões mediúnicas

A regressão de memória consiste em uma operação psicológica que visa recuperar recordações arcaicas, mantidas nas sombras do inconsciente. Nessa operação, participam pelo menos duas pessoas. Uma pessoa exerce o papel de agente; é o indivíduo que realizará sugestões verbais e mentais. Esse indivíduo também aplicará passes longitudinais para provocar a regressão e transverssais com o objetivo de encerrar o processo de regressão e "trazer" o passivo à condição normal de consciência e ao presente. Vide "O Problema do Ser, do Destino e da Dor" de Léon Denis.
A outra pessoa é o sensitivo, que assume a postura passiva, que deve ter a pré-condição de entrar numa  situação especial do sistema nervoso, chamada "transe". Esse passivo pode ser qualquer pessoa em tese, mas para fins de tratamento desobsessivo é um desencarnado em profundo desequilíbrio moral.

Existem algumas controvérsias entre estudiosos do Espiritismo sobre a adequação da regressão de memória como recurso para doutrinação dos irmãos obsessores. Lembro que muitos espíritas que se destacam pela sua posição moral e conhecimentos concordam com a aplicação da regressão em reuniões de desobsessão. Cito, por exemplo, a inclusão da regressão de memória no rol das técnicas de desobsessão recomendadas por Divaldo Franco no livro "Qualidade na prática mediúnica" - Editora LEAL - página 150.


A regressão de memória é, em regra, uma operação acompanhada de forte choque emocional. O desencarnado passa a conhecer conscientemente experiências desastrosas, criminosas provocadas por ele mesmo em reencarnações passadas e que foram causa de grandes dores após as ocorrências que ora emergem da memória profunda e inconsciente.

Pelo fato de o irmão espiritual experimentar esse choque que algumas vezes também é sentido pelo médium, a regressão deve ser utilizada em casos específicos em que se justifique a imposição dessas emoções muito vivas e dolorosas.
Assim, a aplicação da regressão deve ser efetuada após esgotados todos os outros recursos terapêuticos, como escuta, diálogo fraterno, preces, argumentos morais e doutrinários, sugestão mental e ideoplastia. São casos em que o espírito assume a posição de vítima de modo persistente, mantendo o propósito de praticar o mal, de vingar-se e em que, diante de apelos a Deus e à sua Justiça, que nos recomenda o Perdão, o espírito reage de modo revoltado até contra o Criador.

Esse processo terapêutico, a regressão, quando aplicada nos casos pertinentes e quando acompanhada das técnicas adequadas e com a assistência dos espíritos esclarecidos e bondosos, tem efeitos visivelmente salutares, constitui-se em um remédio amargo, quando este é o último recurso para debelar uma grave patologia.

Sempre bom lembrar, entretanto, que a regressão de memória nunca deve ser utilizada de modo indiscriminado. Por um lado, conhecemos  certo médico espírita que aplicava regressão em todos os casos de obsessão não somente no obsessor, mas também no obsediado. Tal procedimento resultou em diversos casos de agravamento de problemas obsessivos e psicológicos.
Por outro lado temos notícias, a exemplo do médico norte americano Brian Weis, de terapias de vidas passadas (regressão de memória a vidas passadas) que surtem efeitos vivamente salutares.

Assim, podemos concluir que a aplicação da técnica de que tratamos:

1)  Pode ser aplicada a seres humanos exclusivamente por profissionais habilitados, com cursos específicos com de, pelo menos, 360 horas. Nunca deve ser aplicada aos seres humanos por pessoas que não sejam seguramente habilitadas;
2) Pode ser aplicada a espíritos necessitados, revoltados, obsessores, em reuniões específicas, bem assistidas espiritualmente, por pessoas que estudem o Espiritismo, as ciências psíquicas e a mediunidade;
3) Se aplicada a torto e a direito pode desbloquear recordações de fatos que deveriam permanecer no subconsciente e que uma vez liberadas ceertamente causarão sérios danos à saúde psíquica e emocional das pessoas.

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