Epistemologia do Espiritismo
Não pretendo esgotar o assunto. O objetivo desse artigo é servir de base à breve apresentação que vamos fazer em reunião de discussão para fundação de um grupo ou instituto de pesquisas espíritas em Recife.
Apelo, contrariamente à ideia de que esse trabalho seria completo, para os amigos que opinem, critiquem e completem essa pequena dissertação.
Vamos colher ensinos espíritas que possam nos conduzir a construir uma sugestão para redação de um Termo de Referência para o grupo de pesquisas. A principal e quase totalidade da fonte dos ensinos espíritas são colhidos dos trabalhos de Allan Kardec.
Como poderíamos definir o Espiritismo? Qual o seu campo de pesquisas, seu objeto material? Quais os métodos adequados à pesquisa espírita? Qual o seu objeto formal? O Espiritismo se relaciona com outras ciências? Adota métodos de outras disciplinas científicas? Poderia contribuir para elucidar fatos que as ciências ainda não puderam fazê-lo?
Inicialmente dizemos que o Espiritismo estuda os fatos parapsíquicos que sempre foram observados nos seres humanos mas nunca explicados satisfatoriamente: visões psíquicas de seres extra-humanos, previsões, possessões, etc
O Espiritismo porém não para por aí. Ele avança ousadamente (e com os trabalhos de Allan Kardec - com segurança) pelos caminhos da Filosofia, sem se afastar dos métodos e das consequências da ciência espírita, da razão e dos fatos.
Kardec define o Espiritismo como Ciência que estuda a origem, o destino e a natureza dos espíritos, bem como os meios de comunicação que estes espíritos dispõem de comunicar-se com os seres humanos.
O Espiritismo também pode ser considerado ciência do dever ser, ou seja de como se deve ser; da ética, da moral. Aí também o Espiritismo utiliza a razão, a lógica e a observação dos fatos.
Em A Gênese, Kardec define o Espiritismo como uma Revelação ou seja como uma ciência que vem desvendar leis naturais que antes dele não eram compreendidas (isto é: estavam veladas por isso a palavra Revelação. Revelação neste caso quer dizer tirar o véu, fazer conhecida uma lei que antes não o era; esclarecer).
A revelação espírita tem duplo caráter: é Divina e Científica. Divina porque surgiu por iniciativa dos seres espirituais (que antigamente eram considerados sobrenaturais, mas o Espiritismo estudando a natureza e a forma de atuação dos espíritos, os classificou adequadamente como seres naturais, como uma das forças atuantes na Natureza). Divina porque esses seres nos ensinaram verdades que por si sós os homens não as teríamos descoberto (vejamos por exemplo as tentativas dos filósofos e sacerdotes de todos os tempos de responderem, de forma consistente e convincente, às perguntas: quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que fazemos neste mundo).
Científica porque compete ao pesquisador espírita analisar as mensagens que nos são dadas pelos espíritos e estudar os fenômenos provocados pelos espíritos desencarnados e pelos fenômenos anímicos provocados pelos espíritos encarnados - que somos nós
"... o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem." Allan Kardec - A Gênese.
O Espiritismo procede como as ciências de observação e de experimentação. Observa os fatos.
Dessas observações é que surgiu a teoria. Após elaborar a teoria, o Espiritismo também indica a aplicação útil dessas teorias (que na verdade são descobertas de leis).
Assim, a pesquisa em Espiritismo pode ser básica (ciência pura) e aplicada (como se deve fazer - como utilizar o magnetismo nos passes, na moral, etc).
A Ciência ordinária estuda as leis da matéria, o Espiritismo as leis do espírito. Ambos se completam porque sem a Ciência faltariam ao Espiritismo comprovação e sem o Espiritismo falta à Ciência explicação de diversos fatos, ainda hoje (para os cientistas que desconhecem o Espiritismo).
Assim os Espiritismo se relaciona com outras ciências e surgiu no momento apropriado, após o desenvolvimento das ciências da matéria.
As ciências surgem sempre que a Humanidade avança e requer novas explicações. Todas as ciências se encadeiam, sucedem, nascem umas das outras à proporção em que encontram pontos de apoio no desenvolvimento das ciências mais antigas e mais maduras - que encontraram seu método apropriado.
(parágrafo adaptado de trecho constante de A Gênese - Capítulo I)
"O estudo das propriedades do perispírito, dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então, por falta de conhecimento da lei que os rege..." - KARDEC, Allan - A Gênese.
"Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é mister para guiá-lo no caminho da verdade, mas abstêm-se de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais cabe-lhe a ele aproveitá-los e pô-los em obra" - KARDEC, Allan, - A Gênese.
São tantos, tão variados os assuntos tratados pelo Espiritismo que um grupo não pode se arrogar a elaborá-lo ou a reformá-lo. O progresso do Espiritismo se dará pela associação do trabalho de grupos de pesquisas espalhados pelo mundo. Nosso trabalho, portanto é de formiguinha. Somos um grão de areia, que associado a outros grãos de areia formaremos montanhas de conhecimento e de progresso.
Apelo, contrariamente à ideia de que esse trabalho seria completo, para os amigos que opinem, critiquem e completem essa pequena dissertação.
Vamos colher ensinos espíritas que possam nos conduzir a construir uma sugestão para redação de um Termo de Referência para o grupo de pesquisas. A principal e quase totalidade da fonte dos ensinos espíritas são colhidos dos trabalhos de Allan Kardec.
Como poderíamos definir o Espiritismo? Qual o seu campo de pesquisas, seu objeto material? Quais os métodos adequados à pesquisa espírita? Qual o seu objeto formal? O Espiritismo se relaciona com outras ciências? Adota métodos de outras disciplinas científicas? Poderia contribuir para elucidar fatos que as ciências ainda não puderam fazê-lo?
Inicialmente dizemos que o Espiritismo estuda os fatos parapsíquicos que sempre foram observados nos seres humanos mas nunca explicados satisfatoriamente: visões psíquicas de seres extra-humanos, previsões, possessões, etc
O Espiritismo porém não para por aí. Ele avança ousadamente (e com os trabalhos de Allan Kardec - com segurança) pelos caminhos da Filosofia, sem se afastar dos métodos e das consequências da ciência espírita, da razão e dos fatos.
O Espiritismo também pode ser considerado ciência do dever ser, ou seja de como se deve ser; da ética, da moral. Aí também o Espiritismo utiliza a razão, a lógica e a observação dos fatos.
Em A Gênese, Kardec define o Espiritismo como uma Revelação ou seja como uma ciência que vem desvendar leis naturais que antes dele não eram compreendidas (isto é: estavam veladas por isso a palavra Revelação. Revelação neste caso quer dizer tirar o véu, fazer conhecida uma lei que antes não o era; esclarecer).
A revelação espírita tem duplo caráter: é Divina e Científica. Divina porque surgiu por iniciativa dos seres espirituais (que antigamente eram considerados sobrenaturais, mas o Espiritismo estudando a natureza e a forma de atuação dos espíritos, os classificou adequadamente como seres naturais, como uma das forças atuantes na Natureza). Divina porque esses seres nos ensinaram verdades que por si sós os homens não as teríamos descoberto (vejamos por exemplo as tentativas dos filósofos e sacerdotes de todos os tempos de responderem, de forma consistente e convincente, às perguntas: quem somos, de onde viemos, para onde vamos e o que fazemos neste mundo).
Científica porque compete ao pesquisador espírita analisar as mensagens que nos são dadas pelos espíritos e estudar os fenômenos provocados pelos espíritos desencarnados e pelos fenômenos anímicos provocados pelos espíritos encarnados - que somos nós
"... o que caracteriza a revelação espírita é o ser divina a sua origem e da iniciativa dos Espíritos, sendo sua elaboração fruto do trabalho do homem." Allan Kardec - A Gênese.
O Espiritismo procede como as ciências de observação e de experimentação. Observa os fatos.
Dessas observações é que surgiu a teoria. Após elaborar a teoria, o Espiritismo também indica a aplicação útil dessas teorias (que na verdade são descobertas de leis).
Assim, a pesquisa em Espiritismo pode ser básica (ciência pura) e aplicada (como se deve fazer - como utilizar o magnetismo nos passes, na moral, etc).
A Ciência ordinária estuda as leis da matéria, o Espiritismo as leis do espírito. Ambos se completam porque sem a Ciência faltariam ao Espiritismo comprovação e sem o Espiritismo falta à Ciência explicação de diversos fatos, ainda hoje (para os cientistas que desconhecem o Espiritismo).
Assim os Espiritismo se relaciona com outras ciências e surgiu no momento apropriado, após o desenvolvimento das ciências da matéria.
As ciências surgem sempre que a Humanidade avança e requer novas explicações. Todas as ciências se encadeiam, sucedem, nascem umas das outras à proporção em que encontram pontos de apoio no desenvolvimento das ciências mais antigas e mais maduras - que encontraram seu método apropriado.
(parágrafo adaptado de trecho constante de A Gênese - Capítulo I)
"O estudo das propriedades do perispírito, dos fluidos espirituais e dos atributos fisiológicos da alma abre novos horizontes à Ciência e dá a chave de uma multidão de fenômenos incompreendidos até então, por falta de conhecimento da lei que os rege..." - KARDEC, Allan - A Gênese.
"Os Espíritos não ensinam senão justamente o que é mister para guiá-lo no caminho da verdade, mas abstêm-se de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais cabe-lhe a ele aproveitá-los e pô-los em obra" - KARDEC, Allan, - A Gênese.
São tantos, tão variados os assuntos tratados pelo Espiritismo que um grupo não pode se arrogar a elaborá-lo ou a reformá-lo. O progresso do Espiritismo se dará pela associação do trabalho de grupos de pesquisas espalhados pelo mundo. Nosso trabalho, portanto é de formiguinha. Somos um grão de areia, que associado a outros grãos de areia formaremos montanhas de conhecimento e de progresso.