Responsabilidades dos dirigentes do movimento espírita
Ligeira reflexão em torno do patrimônio intelectual e moral
que representa o Espiritismo conduz-nos a pensar como administrar movimentos de
estudo, prática e divulgação dessa Doutrina maravilhosa e que representa a restauração
do cristianismo dos primeiros tempos.
Lancemos uma olhar panorâmico e resumido do patrimônio
espiritual depositado em nossas mãos; recordemos os trabalhos de Allan Kardec,
Leon Denis, Gabriel Delanne, Bezerra de Menezes, Barsanulfo, Francisco Cândido
Xavier e Divaldo Franco, apenas para citar alguns.
Indaguemos por que Deus confiaria a mãos inexperientes e
vacilantes (como as nossas) a grande responsabilidade de prosseguir implantando
o Espiritismo no seio da Humanidade sofredora e desorientada. A resposta é
imediata. É que somos apenas instrumentos de espíritos amigos, sábios,
moralizados, que conhecem a verdade em patamares superiores.
Consideremos também que somos instrumentos inteligentes e
dotados de livre arbítrio, que podemos acertar e errar; e que certamente cometamos
erros até mesmo com a intenção de acertar.
Mas, podemos concluir que mesmo com falhas que venhamos a
cometer, o movimento está nas mãos do Mestre dos mestres e que não falhará na
sua missão. Nossos erros podem causar perturbações, mas não comprometerão de
forma grave o desenvolvimento do Consolador, do Espiritismo.
Mesmo assim, é necessário vigiarmos para nos precaver dessas
perturbações, atuando refletidamente, orando aos nossos guias, aos guias da
Humanidade e cuidando da própria melhoria moral.
Há irmãos que ainda não estão aptos a desempenhar tarefas
relevantes como, por exemplo, representar os espíritas em congressos científicos
de grande repercussão. A razão nos diz que tarefas desse porte deverão ser
realizadas por pessoas que já comprovaram pelos seus trabalhos, publicados,
conhecidos, por sua seriedade e moralidade que são realmente capazes dessas missões.
Que não passarão uma mensagem de superstição, de crendice, ou afirmações sem
base em nome do Espiritismo.
Nós dirigentes devemos desenvolver aptidão para conhecer as
pessoas que se oferecem para realizar esse tipo de ações. Se nos
faltar essa aptidão (é o caso da maioria de nós), não devemos comprometer o Espiritismo na primeira entrevista.
Que adiemos as respostas às demandas deles, estudemos, oremos, discutamos
internamente essas propostas, reexaminemos os princípios da Doutrina aplicáveis
à situação e, na dúvida, abstenhamo-nos. O verdadeiro trabalhador sabe esperar
calmamente sua oportunidade de servir o Mestre.