Paciência
Dizia-me um amigo: “deixei minha
esposa; separei-me dela porque perdi a paciência”.
Senti vontade de dizer imediatamente:
meu amigo você abriu mão de uma grande oportunidade de desenvolver a própria
paciência. Não o fiz, não disse o que me veio à mente, por uma questão de
conveniência social, talvez até de um condicionamento decorrente de mera
educação formal.
Posteriormente, analisando minha
omissão em aconselhar uma atitude mais sábia, aventei a hipótese de que
comentários posteriores a um ato consumado, poderia não ter mais nenhuma
utilidade. Penso que no caso que comentamos, qualquer que fosse a reflexão que
trouxesse à baila, não resultaria em renovação dos antigos laços conjugais.
Ao escrever essas linhas, me acorre a
ideia de exercitar a paciência em mim mesmo e quando estiver em companhia do
amigo, em reunião de estudos evangélicos, efetuar comentários em tom modesto
sobre a necessidade do exercício contínuo da paciência.
O cultivo diário da paciência é uma
grande necessidade. Certa feita, ao participarmos de uma visita aos enfermos
internados na Santa Casa de Misericórdias, em curto intervalo da tarefa li
silenciosamente uma das mensagens que distribuíamos. Era de autoria do mentor
espiritual Emmanuel. Dizia-nos ele mais ou menos assim: um dia nessa
existência ainda certamente precisaremos de grandes estoques de paciência para
enfrentar situações complexas de enfermidade e abandono; essa reserva de
paciência que precisaremos, deve ser adquirida pouco a pouco com pequenos
gestos e paciência cotidiana; paciência com o cônjuge, com os filhos, com os
pais, com os sogros, com os colegas, com os vizinhos etc.
Mas qual a forma, qual o meio de
desenvolvermos essa paciência, de exercitá-la para adquirirmos e conservarmos
essa fortaleza espiritual que nos sustentará nos momentos decisivos da
evolução?
Podemos refletir: utilizando aquela
forma que Agostinho nos ensinou: indagarmos de nós mesmos se nós cumprirmos os
nossos deveres do dia se nos submetemos à lei de Deus, especificamente se
exercitamos a paciência; seguir o exemplo que nossos modelos morais nos
fornecem.
Sem dúvida, o modelo máximo o modelo
perfeito é Jesus. Nada impede porém, e é bastante edificante elegermos
espíritos superiores como nossos mentores, que na terra nos deram exemplos de
virtudes cristãs como Francisco de Assis, Mahatma Gandhi, Francisco Cândido
Xavier dentre outros. Procuremos seguir-lhes o exemplo.
Outra forma que deve ser adicionada à
aquisição da paciência é a oração. Dizia Jesus que precisamos pedir a Deus que
nos dê os bens verdadeiros Isto é as virtudes. Portanto pedir a Jesus a
paciência e procurar exercitá-la é um bom caminho para desenvolvermos essa
virtude necessária para nossa felicidade.
Por fim é importante fazer avaliações
sistemáticas indagando de nós mesmos se estamos agindo com paciência.
Em suma o caminho para o
desenvolvimento da paciência que sugerimos é:
a.
Frequentemente indagarmos de nós mesmos
se agimos sempre com paciência;
b.
Escolhermos mentores, espíritos que
deram o exemplo de paciência e segui-los;
c.
Orar pedindo a Deus forças e inspiração
para colocarmos a paciência em prática;
d.
Fazer avaliações frequentes sobre nosso
desempenho a respeito da paciência