A Lei de Deus

 O que é Lei de Deus? É o conjunto de leis naturais que governam o Universo. A Lei é a ordenadora de todo transformismo; de todo fenômeno.

Abrange os fenômenos físicos, energéticos e psíquicos.

Lei, estrutura, norma, campo, roteiro de transformações… é preexistente a tudo.

O ser humano nunca foi agente do estabelecimento da Lei; apenas descreve o que consegue perceber desse colossal e magnífico estatuto. Admiramo-nos da transcendência da Vida, da infinitude do Cosmos, do gigantismo das estrelas, das supernovas, das galáxias; podemos até nos assustar com a força gravitacional, absorvente e enormemente incontrolável dos buracos negros. Ainda assim, há quem teime em reconhecer que nossos poderes e conhecimentos são minúsculos ante o Infinito...

Fenômenos físicos e energéticos foram muito bem descritos pelas ciências terrestres.

Vamos nos concentrar, porém, nos fenômenos internos, aqueles que ocorrem em nós mesmos, na nossa consciência e também em níveis mais profundos: no Inconsciente.

Há em nós, de forma inata e intuitiva, algum registro da Lei? Um fragmento que seja? A resposta é sim e não entendemos como de outra forma poderíamos conceber as proposições fundamentais, por exemplo da Matemática, se não fosse essa intuição que precede todo o conhecimento que recebemos nas famílias, nas escolas e nas igrejas.

É na consciência antes de tudo que está a Lei de Deus. No que tange ao ideal de comportamento, não a encontraremos mais autêntica em outro lugar. Ela pode estar na Bíblia, no Bagavad Guita, no Alcoração, no I Ching, no Bardo Todol dos budistas tiberanos; não o nego. Contudo os livros sagrados não são capazes de contê-la de modo tão compreensível e personalizado como está na consciência de cada um de nós.

O problema é que não sabemos ainda ler na consciência, como não sabemos ainda ler no livro da vida.

Ler o que está nas profundezes do nosso Eu requer quietude de espírito. Da mesma forma que visualizar, com perfeição, imagens refletidas na água há necessidade do repouso absoluto da água.

O silêncio, a redução das percepções sensoriais são condições para que possamos compreender a “voz” da consciência.

Conta-se que um fazendeiro possuía um relógio de grande valor. Certa feita, enquanto oferecia alimentação, feno ao gado, perdeu o precioso relógio em meio a grande aglomerado de feno. Ansioso remexeu, remexeu mas não conseguiu encontrar o relógio. Pediu ajuda a algumas crianças que brincavam nas redondezes, prometeu recompensa a quem recuperasse o relógio…

As crianças em clima de festa e de esperança revolveram feno o quanto puderam e, após buscas perseverantes… não localizaram o relógio. Por fim, um jovem que observava pediu para tentar localizar a jóia. Propôs uma condição, porém: desejava permanecer em silêncio absoluto no ambiente.

Atendidas as condições, após um lapso relativamente curto de tempo, o rapaz apresentou o relógio que havia sido perdido.

O fazendeiro entre admirado e curioso, perguntou:

- Como conseguiu localizar o relógio em meio a tão grande quantidade de feno? Ao que o jovem respondeu:

- O silêncio possibilitou-me localizá-lo.

- Como? Redarguiu o fazendeiro?

- O silêncio mais completo que pudemos obter, possibilitou-me ouvir o “tick tack” do relógio e assim identificar a localização do objeto tão avidamente procurado.


Assim é a nossa consciência:

Ela nos fala mansamente, indica-nos os caminhos da Sabedoria, da Paz e da Virtude. Nós porém mergulhados no ruído ambiental ou nas emoções perturbadoras, não conseguimos compreendê-la e, consequentemente, vivemos envoltos em sombras, sem divisar os melhores caminhos da vida: o Amor, a Abnegação, o Perdão, a Paciência, a Humildade.

Conseguir o silencio externo absoluto, não é possível, mas obter o silêncio interior para podermos entrar em contato com nosso Eu interno depende apenas de nós, apesar de ser mais difícil.

Trata-se de uma questão de exercício: relaxar, respirar com calma, observar o ambiente pacificamente, observar a nós mesmos, observar a Natureza…. Respirar calmamente..

Orar, pensar no Todo e no Seu autor…

Praticar a Caridade, enxugar as lágrimas…

Obteremos a Paz Interior e o Silêncio.

A consciência se erguerá diante de nós. Dar-nos-á conselhos, algumas vezes serenamente, outras vezes severamente. Esta consciência, contudo, sempre expressará o Amor divino que o Criador espalhou no Universo. Será fruto sempre do Amor mais puro.

Façamos da consciência nossa companheira mais assídua, nossa mestra. Busquemo-la com a alma pacificada, ainda que carregue muitos registros de equívocos, de caminhos tortos, porque Deus, em sua misericórdia permitiu que seres atrasados pudessem praticar a Caridade para pacificar a própria alma, aliviando ou suprimindo a dor alheia.

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